The Kangaroo Post

Hopping from one thought to another... now in Mozambique!




Kruger - uma antevisão



A maior parte e vocês sabe que eu tenho jeito para desenhar não sabe?


Onde está o wally?


Ora entao, um update para vos manter a par de onde tenho andado:

A semana passada, depois do meu fim de semana na praia da barra e do tofo, tive de ir a Maputo para umas entrevistas aos procesadores de caju locais... e fui de carro! Daqui a pouco já vos conto como é que é uma viagem de carro nessa grande infra-estrutura rodoviária que é a EN1!

O fim de semana passado fui ao Kruger! Muito animal selvagem, uma perseguição de um elefante, uma cena national geographic com leões à caça, e o GPS do Ba em funcionamento... fiquem na expectativa que as fotos e o post não estão longe (espero!)

Esta semana também foi divertida... fui roubado, ia morrendo num avião pela 3a vez e já estou de volta a Inhambane... e num grande desenvolvimento que tenho que partilhar convosco, hoje chegaram os sofás! Stay tuned!


Catarses digitais


Isto de escrever no blog é terapêutico... vocês não imaginam a neura em que eu estava na 3a... agora até já me rio, se bem que isto não tem piada nenhuma...


Atrofios


E perguntam vocês: então se te roubaram o computador, como é que estás a escrever no blog?

Pois a techoserve arranjou-me outro pc... mas é LENTO. E além do mais está VAZIO (onde as minhas músicas africanas todas agora?). E não tem THINKCELL (como é que eu vou fazer slides sem o thinkcell?????) E pior... o teclado é em INGLÊS.

Algum de vocês percebe o atrofio que é tentar escrever com acentos num teclado em inglês? Demoro o dobro do tempo a escrever o que quer que seja e estou a ficar com uma artrose nas mãos de carregar em tantas teclas ao mesmo tempo... help!


Ainda por cima o ladrão era burro


Não gosto de ladrões, mas tenho um ódio especial por ladrões estúpidos.
Então não é que o idiota nem sequer levou o cabo do portátil... nesta altura já deve estar sem bateria... ainda por cima tanto quanto consegui averiguar em Moçambique não se vendem computadores da IBM (sim, não pensaram que eu ia trazer o meu mac para África pois não?) pelo que o gajo neste momento não deve conseguir sequer ligar aquilo!

Mas há mais... como era o computador da bcg, aquilo tá cheio de dispositivos de segurança... basicamente o computador tem 3 passwords diferentes até que se consiga mexer nele, pelo que o ladãozeco nunca vai conseguir fazer nada... e mesmo que substitua o disco (isto já é muito à frente...) o computador não funciona... segundo o IT nem sequer arranca! Basicamente a motherboard xpto verifica se cada um dos componentes é original... se alguma coisa não for aquilo não arranca sequer... virtually unbreakable!

Tirando a satisfaçao que me dá saber que ele roubou aquilo para nada, ainda tenho alguma esperança que ele possa... devolvê-lo? lol
Já tou mesmo a ver o filme: "patrão, istu não está correctu! pode ficar com merda de computádor qui não funciona!". É isso ou mete aquilo directamente no lixo...

Mas o Diogo já andou a tomar medidas... basicamente na 3a andei a perguntar a todos os mafiosos que vendem coisas logo à entrada do prédio se alguém tinha um ibm preto para vender... lógico que não deu em nada... mas até fui ao mercado negro cá do sitio e tudo! Fui com o motorista da technoserve à estrela (i.e. a candonga) ver se já o tinham posto lá à venda, mas não deu em nada... agora a entrada do prédio, elevadores, cafés das redendezas, etc. estão todos com papéis a oferecer uma recompensa ao ladrão se ele devolver as minhas fotos do fim de semana...

ADENDA: esqueci-me de vos contar uma coisa muito importante! em cima da mesa estava também a minha pasta, que o ladrão achou por bem não levar (thank god!)... lá dentro estava o meu passaporte, o meu visto para os states (Harvard, por pouco foi à vida) e... 1000 dólares! A technoserve tinha-me acabado de pagar as ajudas de custo da viagem de avião nessa manhã. Ladrão, se algum dia leres este post, só tenho uma coisa para te dizer: BURRO!



Pois é... como alguém me disse, ser roubado faz parte da experiência africana...

Esta passada 3a feira, sai o Diogo para almoçar e quando volta o belo do computador tinha-se esfumado... havia 4 (QUATRO!) portáteis em cima das mesas, à mão de semear, mas por azar o meu era o que estava mais perto da porta... todos os dias toda a gente deixa os portáteis no escritório quando vai almoçar. A technoserve em Maputo fica num edifício de escritórios enorme, com 5 seguranças à porta (que não fazem nada...) e nunca me tinha passado pela cabeça que pudessem assaltar-me ali... Imaginem a minha reacção quando volto do almoço e vejo um espaço vazio no lugar do meu computador... aaaaaaaaaargh

Fiz backups antes de vir para os África, mas mesmo assim algumas coisas dentro daquele computador que não vou recuperar:

1. TODO o trabalho que tive a fazer na technoserve até agora (quer dizer, algumas coisas fui mandando por email, mas os excéis todos e o research foram à vida...)
2. As fotos da minha experiência no barco à vela... lá se foi a cabra, a galinha, a avó e o neto, a peça de mobília e a horda de turistas suiços... pelo menos ainda tenho 4 fotos que pus no blog
3. As fotos da minha viagem no Chapa... como é que eu nunca mais vou ver as fotos da viagem no chapa????
4. As fotos do Sérgio, o miúdo de 11 anos que conheci na praia do Tofo e de quem fiquei amigo, que queria ser enfermeiro ou professor quando fosse grande... lá se foram
5. As fotos da praia da barra, do Diogo a andar de cavalo (uma coisa nunca antes vista), e dos pores do sol mais bonitos que já vi...

Felizmente tudo o resto tenho backupeado em Portugal ou tem o Ba (fotos do Kruger, de Maputo, etc.)... mesmo assim aquilo que falta abre uma espécie de vazio... lembro-me perfeitamente das fotos que mais gostava daquele fim de semana e é difícil pensar que não as vou voltar a ver... 
Bato com a cabeça na parede e pergunto-me porque é que não arranjei tempo para postar as últimas fotos... enfim. :(


Viajar no Chapa - FAQ





Eu sei que vocês tão curiosos para saber como correu a viagem de chapa, e portanto deixo-vos aqui umas Frequently Asked Questions... se precisarem de saber mais alguma coisa é só perguntar na caixa de comentários!

1. Patrão, o que é o chapa?
O chapa é uma instituição nacional - nenhuma viagem a Moçambique estará completa sem experienciar a cultura do chapa!
O chapa é o sistema de transporte público nacional. Por norma são umas carrinhas Toyota Hiace de 9 lugares a cair de podre. Quem não soubesse melhor diria que os chapas tinha sido vandalizados por quatro ciganos da margem sul, mas a aparência de facto faz parte do décor! Os vidros normalmente estão partidos, o que é bom porque assim a aragem disfarça o cheiro a catinga! A porta de trás, que é daquelas que deslizam para o lado para abrir, aqui funciona de maneira diferente! Basicamente o rapaz responsável por cobrar os bilhetes pega na porta com as duas mãos, retira a porta da carrinha, os passageiros entram e depois volta a encaixar!

2. Quem anda no chapa?
Toda a gente! Todo o indígena local anda no chapa, assim como andam as galinhas e os galos. Há relatos de porcos também a entrarem, mas isso eu nunca vi.

3. Qual a lotação máxima do chapa?
A lotação máxima do chapa é um conceito que ainda não foi cientificamente demonstrado. Tal como no barco, aqui também há sempre espaço para mais um! Sentam-se 6 pessoas numa fila que levava três, as crianças as galinhas e o galo vão ao colo, e à frente ainda há muito espaço para ir a pé! A lotação média no sábado era de 22 pessoas, mas passei por chapas que levavam mais!

4. Mas patrão, andar no chapa é caro?
Nada disso! Pela flat fee de 12,5 meticais (que é como quem diz 30 centimos) vais de Inhambane para onde quiseres!

5. Como posso apanhar o chapa?
O chapa é um sistema de transporte ao serviço dos passageiros. Para entrar basta acenar no meio da rua que o condutor pára. Se houver espaço (ou mesmo que não haja), é só entrar!
Para sair dá-se um grito e o condutor trava a fundo. No caso do chapa estar muito cheio, e de modo a não incomodar os outros passageiros, há passageiros que fazem a gentileza de sair pela janela.

5. E há chapas a toda a hora patrão?
Os chapas começam a circular às 6 da manhã e normalmente acabam às 6 da tarde. Planificar com devida antecedência o regresso a casa no chapa é fundamental.
No caso do último chapa não aparecer e ficares preso na praia sem forma de regressar a casa, como aconteceu a alguém, há que apanhar boleia dos indígenas locais numa carrinha de caixa aberta até à próxima povoação, onde aí poderás apanhar outro chapa ou outra boleia até à povoação mais próxima.
No caso de haver muita gente à espera pelo último chapa do dia, a antecipação é fundamental. O chapa é um sistema altamente eficiente, e portanto enquanto uns passageiros saiem pela porta, há outros que vão entrando pelas janelas (a sério). Se ficas a olhar lixas-te e vais em pé, como também aconteceu com alguém!

6. Como é que classificas a experiência de andar no chapa?
Óptima! Passados uns dias já te habituaste ao cheiro e como não há vidros a brisa fresquinha também ajuda!
Se já andaste na Carris às 8 da manhã na Amadora estás em casa!

7. O que fazer em caso de emergência?
Rezar.

ps: a menina da foto tem 7 meses, chama-se Edsónia e gosta de fotografias e bolachas de côco!
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To the other side






Depois de ter sido devidamente acordado pela galinhas, ontem segui rumo à famosa praia do tofo. Como poderão constar pelo mapa abaixo isso implica primeiro atravessar a baía de inhambane e depois apanhar um "chapa" (um autocarro peculiar) até chegar à praia.

Pois bem. Lá vai o Diogo pelo porto de Maxixe à procura de boleia para Inhambane.
Depois de desembolsar a módica quantia de 50 meticais (menos de dois euros) sou o primeiro a embarcar no belo do barquinho que vêem na foto de cima.

Isto é muito bonito, o céu tá azul, a baía é espectacular, o dia promete e mal eu sei que só vou sair de maxixe daí a uma hora.
Passados uns minutos começa a "mercadoria" a embarcar... primeiro umas caixas, depois uns sacos de arroz, outros de feijão, até que aparece o segundo hóspede: uma cabra! Mas ainda há espaço: entram 9 indígenas locais. Mais uns minutos de espera, porque isto só sai bem carregado - aí vem a avó com o neto e... uma galinha viva! (só para certificar que vocês estão a acompanhar a cabra também estava viva). Isto começa a lembrar-me a arca de noé, mas ainda não estão as espécies todas!

Já muito bem aconchegadinhos, com a cabra a cabrear (como é que se diz?) e a galinha a dar às asas, aparecem dois gajos com uma peça de mobília (verificar na 3a foto)... isto é bem capaz de caber, portanto vá toda a gente a sair do barco, mobília entra no barco e depois entra toda a gente de novo... mas parece que agora somos mais?

Eis senão quando, prestes a partir que estava a embarcação, aparece no cais um magote de 15 suiços que vinham num tour desde a distante terra de Vilankulos.
(Esta frase ficou bonita hem?)

Naturalmente, ainda havia espaço... as pessoas passam por cima das pessoas da mobília, por pouco não pisam a galinha, a cabra continua a cabrear e a baía continua espectacular, azul clarinho a reflectir o sol. Agora somos 43 pessoas, uma cabra uma galinha e uma peça de mobília que ficava mesmo bem na minha sala, acho que estamos prontos a embarcar!

E é desta! Sai a embarcação do porto, içam-se as velas and off we go! Wait... alguém tá a gritar... é impressão minha ou voltamos para trás?
Xi patrão, temos polícia (conferir foto de baixo)... nada que não se resolva! Com bons modos, paciência e alguns meticais o Venâncio (o marinheiro vestido de pato donald) trata do assunto, estão aqui 43 pessoas, uma cabra uma galinha e uma peça de mobília que ficava mesmo bem na minha sala, mas se isto afundar a meio do caminho who cares não é?

E agora é mesmo... lá vamos nós! Uma brisa fresca corre pela baía e mistura-se com o cheiro a catinga da senhora do lado, a cabra está nervosa e faz xixi, a galinha agita-se e os suiços estão apavorados com tudo isto. Go with the flow... o rádio deve estar sintonizado na Romântica FM, para isto ser perfeito só falta mesmo o champanhe e os morangos... acabamos de ouvir o Phil Collins a cantar "One More Night" e segue-se um cantor português qualquer que eu já ouvi mas agora não me lembro, mas garanto-vos que era dos bons, não ficava atrás do Tony Carreira.

Claro que num ambiente destes é impossível não socializar... estar praticamente em cima de outras pessoas é um óptimo pretexto para meter conversa! Fico a saber a vida da avó e do neto, a senhora que cheira a catinga ri-se, a Rachel é suiça e está fascinada com isto (eu também mas pronto) e a amiga está apavorada e parece-me que não aguenta até ao outro lado. Mas quarenta minutos depois já chegámos, eis terra firme.
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Wake up and enjoy the sunshine


Como vocês todos sabem, eu sou um gajo noctívago. Gosto de acordar tarde, e trabalho melhor à noite. É assim desde a faculdade (ou antes não é mãe?...) e há hábitos  que são dificeis de mudar... Até agora! 

Mesmo debaixo do 2o andar onde moro (que tanto quanto consegui ver é o  único prédio de dois andares por esta terra) tenho um galinheiro! Isso significa que não preciso de despertador, porque todos os dias  às 5.45 com o raiar do sol tenho o sr. Galo e suas comadres galinhas a darem-me os bons dias! 

Não me podia ter acontecido melhor (daqui a duas semanas perguntem-me se continuo a achar o mesmo!) Como aqui é inverno, às 6 da tarde já é noite escura, e como não há iluminação pública, é mesmo escura! Assim aproveito as 12 horas de sol diárias que Moçambique tem para oferecer! 



Ora bem, para os despistados ou quem ainda não descobriu o google maps, ou para aqueles que já não vem ao blog ou falam comigo há muito tempo aqui vai uma ajuda:




Esclarecidos? ;-)


E... temos blackout no Maxixe


São 8 da noite e acabou de haver um black-out em todo o Maxixe... isto aqui já não era muito iluminado, mas a luz de algumas casas sempre guiava o caminho. Agora tá tudo mesmo às escuras... será que foi alguma cegonha? Lá na outra margem continua tudo com luz... Preciso de um parecer técnico na EDP...
Tou eu agora aqui a pensar... ainda bem que cheguei a casa há 15 minutos atrás!
Se ontem eu me perdi no caminho (nada de especial, mas vocês sabem como é o meu GPS), então hoje é que isto ia ser bonito!
Mas no worries... está uma lua cheia fantástica aqui à frente na janela, so just relax and enjoy, go with the flow...

ps: hmmm, não tenho velas...
ps2: como é óbvio sem luz não há esse bem essencial que é a internet, portanto este email em forma de post só terá saído quando a luz voltar


Saturday Adventures


Ontem andei apanhei um barco à vela de Maxixe para Inhambane e fui de chapa até à praia do Tofo - muita aventura para um dia só. Tenho umas histórias hilariantes para contar, mas agora vou cuidar do bronze para a praia da barra.

Quando voltar logo à noite quero comentários! ;)


Sunset in Africa






O por do sol por estes lados é de uma beleza inacreditável... parece cenário de filme.
Enquanto o Mussagi (o condutor da technoserve) me leva para Maxixe (a terra onde vou ficar, que fica do outro lado da baía), fico pasmado a olhar para a beleza nautral deste sítio, de canon 400d em punho.

De 4x4 no meio do mato sinto que agora sim cheguei a África - pelo caminho milhentas palhotas, muitas crianças de pés descalços, muito sorrisos e acenares de mão por ver mais um "turista" a chegar.
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Inhambane - a terra da boa gente





Cheguei finalmente à "terra da boa gente" como a baptizou Vasco da Gama quando aqui chegou no século XV.
Se Maputo era bom, isto ainda é melhor... a descer no avião vejo um cenário tropical com milhares de palmeiras e uma baía de água azul bébé... que é que posso pedir mais? :-)
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Happy Birthday Mandiba!



Na Sexta feira o Nelson Mandela (ou Mandiba, como é carinhosamente chamado na África do Sul) fez 90 anos!
O homem é venerado (and rightly so) na África do Sul... TODAS as lojas, as ruas, etc. estavam cheias de posters dele a desejarem-lhe feliz aniversário. O mundo precisa de símbolos, e o Nelson Mandela é um deles.

"No one is born hating another person because of the color of his skin, or his background, or his religion. People must learn to hate, and if they can learn to hate, they can be taught to love, for love comes more naturally to the human heart than its opposite"

"For to be free is not merely to cast off one's chains, but to live in a way that respects and enhances the freedom of others"
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Children of Soweto





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O Soweto é o maior subúrbio da África do Sul - 4 milhões de habitantes vivem aqui, metade da população total de Joanesburgo.
Foi aqui que viveram Nelson Mandela e Desdond Tutu, foi aqui que começou o fim do apartheid.

O Soweto, que significa South Western Township (original hem?), começou por ser o subúrbio onde se concentrava a população migrante que chegava a Jonesburgo mas depressa de tornou um guetto onde milhares de barracas se amontovam sem condições mínimas de saneamento e para onde era empurrada a população negra que vivia no centro da cidade... o Soweto rapidamente tornou-se no centro da oposição ao regime segregacionista e foi lugar das manifestações que colocaram o apartheid nos jornais de todo o mundo.

Hoje o Soweto é palco de contrastes chocantes... encontram-se várias vivendas com 3 portas de garagem com BMW, Mercedes e Audis embora 100 metros à frente vejamos um amontoado de barracas interminável. Mesmo com este tipo de desigualdades, a taxa de criminalidade aqui segundo as estatísticas oficiais é menos de um terço da de Joanesburgo...

Como o meu guia me ensinou, a luta contra o apartheid ainda está muito presente - este sítio tem um vibe e um peso histórico difícil de descrever. Um exemplo: todas as pessoas aqui cumprimentam-se sempre dizendo "Peace, Love and Friendship" - isto tem um aperto de mão específico, mas eu depois explico-vos!

Sanibonani! Ukhuluma isiNgisi na?

Isto é Zulu 101! ;-)
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Apartheid Musuem



Na quinta tirei o dia off para ir explorar Joanesburgo.
Primeira paragem: Apartheid Museum. Para quem, como eu, não sabia muito sobre o Apartheid, o museu é uma autêntica viagem na história.

É impressionante pensar como até 1990 subsistiu um sistema legal de separação de raças (as pessoas eram classificadas em "white", "black" ou "coloured") que discriminava as pessoas em função da cor da pele, impendindo-as de andar nos mesmos passeios, ir às mesmas escolas ou hospitais ou até morar nos mesmos sítios... os não-brancos eram impedidos de votar, não podiam exercer certas profissões e tinham de estar sempre acompanhados de um "passe" que os identificava, sob o risco de serem deportados...

"Most blacks are happy, except those who have had other ideas pushed into their ears."
Botha, o último preseidente da África do Sul sob o regime do Apartheid
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Isto é preciso caaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalma quando se está a fazer voluntriado... habituado às eficiências de uma multi-nacional, adaptar-me a esta nova realidade em que quase nada funciona tem sido um programa... divertido (às vezes não, mas pronto)
Quando cheguei ao escritório da Technoserve em Joanesburgo não havia internet (como é que é possível trabalhar hoje em dia sem internet???) e havia uma linha telefónica para cerca de 15 pessoas... como eu tinha conf-calls a tarde toda, podem imaginar a experiência divertida que aquilo foi... esperar séculos cada vez que se queria usar o telefone e cada vez que queria ver os mails descer com a Sheeba ao internet café mais próximo e comprar uma senha para 20 minutos... como a Sheeba dizia "Internet all of the sudden is a scarce resource again... I've still got 2 minutes!!!"

Há pequenas coisas a que não damos valor até nos apercebermos que elas não estão lá...


Joburg, the city of crime


Estou são e salvo, não se preocupem, mas confesso que enquanto estava em Joanesburgo estava algo preocupado... embora tivesse ficado num dos subúrbios mais seguros da cidade (Melville) e no único dia em que tive tempo para explorar a cidade tivesse ido com um guia, o Lonely Planet assegurava-me que aqui roubos é coisa que não falta, e raptos também há de vez em quando...
Pior foi quando conheci a Sheeba na Technoserve. A Sheeba é uma indiana de 26 anos que cresceu em Hong-Kong e agora mora em Nova Iorque (isto dá um ar muito cosmopolita não dá?)... estava a fazer voluntariado com a Technoserve há três meses e a semana passada... foi raptada.
Apanharam-na à porta de casa quando ia a entrar, amordaçaram-na e ataram-lhe braços e pernas e roubaram-lhe tudo o que tinha - pc, máquina fotográfica, cartões de crédito, you name it.
A Sheeba foi descoberta na manhã seguinte quando deram por falta dela... parece filme não é? Agora vai ser transferida para a Swazilândia que segundo consta é uma terra mais pacífica... be careful while in the big city!


Joburg, the hub of Africa



Pois é, isto tem estado fraquinho em termos de updates... já estou em Inhambane e ainda nem vos contei como correu a minha viagem à África do Sul!

Bem-vindos a Joanesburgo (ou Joburg, como os locais lhe chamam), a maior metrópole da África Subsariana (só fica atrás do Cairo)!
São 8 milhões de habitantes numa cidade com um diâmetro de quase 45km (a cidade do México era pior, mas mesmo assim é muita gente!).

É também uma realidade um bocadinho diferente de Maputo... enquanto que no Maputo estrada sim estrada não na cidade está esburacada, em Joanesburgo existe mais betão que em Portugal inteiro! São auto-estradas e vias rápidas a perder de vista, existem inúmeros centros comerciais, edifícios de 30 andares, iluminação pública e sinais de tráfego!

Segundo me disseram, em Joanesburgo moram pessoas de todos os países de África e fala-se dezenas de línguas diferentes... só na África do Sul existem 11 línguas oficiais, e embora o Inglês seja uma delas quando não estamos na companhia de brancos todos falam Zulu, Xhosa e Swati (eu também nunca tinha ouvido falar destas antes!)... África inteira (e não só) está representada nesta cidade em algum subúrbio.

Ah, e deviam ouvir o sotaque inglês dos sul-aficanos... é de chorar a rir (isto depois de se conseguir perceber alguma coisa)...
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Off to Jo-burg


Aqui vou eu a caminho de Joanesburgo, África do Sul... Acordei às 4
da manhã, estou cheio de fome e pior é que vou num avião da LAM que
seguramente é mais velho que eu.

Neste momento a asa que vêem na foto acima está abanar fortemente
(género vejo-a a mexer para baixo e para cima), o que não me
tranquiliza muito tendo em conta que viajo mesmo ao lado da asa que
tem vários parafusos ferrugentos.

Lá em baixo, pequenino, a planície africana... devo neste momento
estar a sobrevoar o krueger e a importunar o sono de algum leão ou
elefante.

Mais noticias quando chegar ao hotel.


O Som de Moçambique



Para vocês perceberem o mood local, ouçam esta música (ignorem o video corny... lol)
Lizha James, a estrela pop nacional canta Nita Mukuma Kwini!
É este ritmo africano contagiante que se ouve na rádio todo o dia... yeah! :-)






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Depois do brunch na Costa do Sol, uma visita ao Mercado de Maputo - aqui vende-se de quase tudo. Uma mistura de cores, sons, cheiros e pessoas. A avassaladora maioria das pessoas são mulheres. Vendedores de peixe, de fruta, de especiarias.

Sinto-me um peixe fora de água - não percebo se os olhares de curiosidade de devem à pele branca se por ter a câmara fotográfica pendurada ao pescoço, se simplesmente por não pertencer àquele espaço.

Os olhares de curiosidade rapidamente passam à conversa - "não vai nada patrão?"
"para quê fotografias? máquina tanto dinheiro", pergunta a primeira a meter conversa, entre um abanar de cabeça e um sorriso

Uma vendedora de fruta ri-se enquanto tiro fotografias ao perto das papaias... "também tem de pagar fotografia!"
Compro pequenas coisas a troco de meiza dúzia de meticais... amendoim, caju, uma fruta que nunca tinha provado e que vai causar gargalhadas por causa da cara que faço enquanto provo.

A senhora que me vende os amendoins pede-me para ver a fotografia que lhe tirei. "Ficou bonita" digo eu. Ela ri-se meio envergonhada mas acena com a cabeça. Prometo que hei-de voltar para lhe dar uma foto para ela guardar.

Mais à frente, uma vendedora de peixe que deve ter 80 anos oferece-se para posar para a câmara a troco de uma coca-cola... a expressão sofrida dos olhos pequenos e a pele curtida pelo sol garantem-me 15 meticais depois a melhor foto do mercado de maputo.
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Weekend Brunch






Já alguma vez comeram camarão de 30cm?
Nada como acordar tarde ao sábado e tomar brunch na costa do sol, um restaurante na marginal de Maputo.

Pelo caminho parar na estrada e comprar uma água de côco, fresca, cortada à nossa frente por 10 meticais (menos de trinta centimos).
Rumar sem pressas à marginal, ao som de música moçambicana e com a brisa do mar a soprar devagarinho.
Pedir o maior camarão que alguma vez comi na vida, grelhado na brasa e acompanhado do melhor sumo de ananás de todo o sempre.
Terminar com café (servido em chávenas Vista Alegre!?) - Está-se bem no Maputo.
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    bem vindo ao kangaroo post. eu sou o diogo. e este é o meu blog.

    Porquê Kangaroo Post? Simples. Gosto de kangurus. Ah, e também já vivi na Austrália.

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