Posted on Friday, August 15, 2008 at 3:26 PM by Diogo.
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O facto de não haver iluminação pública em Maxixe (ou mais correctamente, no Maxixe), traduz-se em duas coisas normalmente: a primeira é que me perco se não tenho cuidado, porque não se vê nada a mais de 5 metros de distância. a segunda é que me dá sono cedo (o que é bom tendo em conta as galinhas que moram no rés do chão).
Hoje ao vir para casa depois de jantar num dos três restaurantes de Maxixe (não são três bons restaurantes, são um grande total de três restaurantes que existem nesta terra) percebi que a falta de iluminação pública tem as suas vantagens.
Uma das coisas que mais vou sentir falta quando me for embora daqui é o céu à noite. Acho que nunca vi tantas estrelas todos os dias. Hoje tá calor, a lua está cheia, e apetece andar devagar à beira mar enquanto milhares de estrelas no céu brilham sobre a baía de Inhambane.
Posted on Thursday, August 14, 2008 at 11:45 AM by Diogo.
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Vou passar o meu último fim de semana em Bazaruto, num resort de 5 estrelas. Como dizia o outro, Porque eu mereço.
ps: se alguém quiser fazer uma contribuiçãozinha (bem que vou precisar!), disponibiliza-se o NIB. mando postais!
Posted on Wednesday, August 13, 2008 at 4:26 PM by Diogo.
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No norte de moçambique, mas em particular na Ilha, as mulheres usam uma máscara na cara chamada musiro, feita a partir do pó de uma árvore local. A máscara é utilizada desde que são pequenas sempre que estão a ter a menstruação, servindo simultaneamente para se "esconderem" e como sinalização para os homens se afastarem... de acordo com a crença popular, um homem que tenha relações sexuais com uma mulher menstruada morre (!), e portanto os homens fogem a sete pés de uma mulher que use musiro.
É engraçado passear na Ilha e ver que de facto os homens baixam os olhos ou desviam o olhar quando passa uma mulher com máscara... não vá o diabo tecê-las...
Esta foto é uma das melhores desta viagem - nela vêem uma miúda que não tinha mais que 12 anos a usar musiro, acompanhada das duas irmãs mais novas. Tal como as mais pequenas, também a irmã mais velha pediu insistentemente que tirasse fotos, mas nunca esboçou um sorriso, como se a máscara não o permitisse. Há qualquer coisa de misterioso na profundidade do olhar dela que parece conseguir sair da fotografia - um misto de dor e resignação - que contrasta com as expresões de alegria inocente das duas irmãs mais pequenas.
Ir à ilha de moçambique é como entrar numa máquina do tempo. Parece que andamos quinhentos anos atrás na história e que estamos de novo no tempo das descobertas... A ilha (como é chamada, assim, sem mais) conserva ainda a arquitectura colonial e a mística de uma cidade que já foi a capital portuguesa no Índico, ponto de encontro entre as culturas árabe, persa, indiana e portuguesa.
Antigo porto comercial, ponto de pasagem obrigatório na rota do comércio de escravos, este local de fusão entre as religiões muçulmana, hindu, católica e a cultura Makua conserva-se noutra dimensão, como se tivesse suspenso no tempo enquanto o por do sol se reflecte nos edifícios coloniais de cor pastel e na mesquita verde água, as crianças brincam na rua e os pescadores voltam a casa.
"Tira foto! Tira foto!"
É impossível escapar ao pedido enquanto se passeia na Ilha de Moçambique - as crianças aqui adoram ser fotografadas. Fazem poses, acotovelam-se para aparecer em primeiro plano, pedem mais e ficavam nisto a tarde toda se pudessem. Todos querem o prazer de ser a criança escolhida para ficar numa foto para sempre, a alegria de se verem num pequeno ecrã de lcd instantes depois. Para algumas, ser fotografado é uma exigência - gritam por fotos e não largam o turista que passa com uma máquina enquanto não tem uma.
Longe de mim criar contrariedades... a máquina dispara sem parar, os miúdos dão pulos, abraços e obrigados. Vejo a alegria nos olhos destas crianças que conseguem ficar contentes com tão pouco e agradeço a sorte de poder estar aqui.
Depois de ter percorrido a lista inteira de alojamento do lonely planet sem sucesso (12 sítios diferntes!) cheguei à ilha de moçambique sem hotel marcado... com a ajuda do meu prestável taxista corremos TUDO o que era hotel, pensão e casa de hóspedes nesta ilha de um quilómetro quadrado, sem sucesso...
Pelos vistos durante o fim de semana estava a haver uma reunião qualquer sobre política de educação com membros do governo que ocuparam a 100% a capacidade hoteleira daqui do sítio... depois de ter corrido as portas de todos os hotéis de novo, já começava a pensar que não ia encontrar sítio nenhum onde ficar... as hipóteses neste momento eram:
1. Voltar para trás (not an option, antes ficar a dormir na rua)
2. Ir para o parque de campismo, situado na praia (also not an option, nos posts a seguir perceberão porquê)
3. Telefonar à amiga de uma amiga de uma amiga (que eu não conhecia de lado nenhum naturalmente), que estava cá de férias e pedir-lhe se podia dormir no chão do quarto
No meio do impossível, e com a preciosa ajuda do Hafiz (um membro da technoserve) acabei por arranjar um quarto na casa do Antoine, um arquitecto francês que restaura casas na Ilha. Há males que vem por bem...
Posted on Monday, August 11, 2008 at 4:12 AM by Diogo.
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Caríssimos, desculpem a falta de updates neste blog, mas tenho andado cheio de trabalho durante a semana e aos fins de semana não páro em casa... para vos dar uma ideia foram assim os meus útimos três fins de semana:
- Há dois fins de semana estive no Kruger Park a caçar leões, hipópotamos e girafas e a ser perseguido por elefantes
- No fim de semana passado fiz canoagem no rio que desemboca na baía de inhambane no sábado e no domingo passei o dia um resort de luxo, numa piscina com vista par o mar a ver baleia a passar ao longe
- Até ontem estive na ilha de moçcambique num dos melhores fins de semana desta aventura por África... simplesmente inacreditável! Venho de coração cheio com o calor humano das pessoas, o carinho que tem pelos portugueses, e simplesmente fascinado com a beleza deste sítio.
Agora acabei de chegar a Nampula (onde finalmente há água quente e internet!) e vou nos próximos dois dias fazer entrevistas à associação de produtores de caju do Norte e a alguns empresário locais antes de ir para Maputo de novo na terça e voltar a Inhambane na quarta.
Mais updates em breve (espero ter tempo!)